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segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Quando o comboio...

Quando o comboio passava na estação,logo ouvíamos apregoar a Regueifa por vozes estridentes e musicais,as mulheres treinadas na escola de canto dos frios e calores à espera de quem passava.

Lembra-me delas,batas irrepriensíveis com o pão que traziam sobre o pano branco.Apregoavam:
"Regueifa de valongo,quem merca a regueifa".
As pessoas debruçavam-se das janelas e mercavam.
Alguns passageiros guardavam os estômagos e os espaços com cestos dos farnéis-da viagem de três,quatro horas,até a Régua ou ao Tua-para o pão que ali haveria de vir.Passei há pouco na Estação e,com surpresa-e porque não?-contentamento,lá encontrei duas mulheres apregoando Regueifas."Não morreu tudo",pensei,"mas deve faltar pouco"...

Desta coisa de uma terra crescer graças ao pão ufana-se Valongo num atributo:
o seu brasão não evoca feitos guerreiros,mas o heroismo pacífico dos homens e mulheres que fabricavam,com o trigo e a roda dos moinhos.(Digam lá,se não é bonito).Só falta-acho eu-em praça pública o monumento aos obreiros anónimos desta canseira.
E descobrir,além do mais uma referência que desconhecia relativamente à contribuição das padeiras para o progresso da terra:
Materilizada na contrução singela,mas grandiosa da igreja matriz,erguida pouco a pouco no decorrer dos anos com tributo de 5reis em alqueire de trigo importado para o fabrico local do pão e de um real por um cartilho de vinho,ou de azeite e arrátel de carne destinados ao consumo dos moradores da vila"

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